AGRICULTURA URBANA: No Brasil, mais de 70% da população vive em áreas urbanas, mas a produção de alimentos nas cidades ainda é insuficiente.

AGRICULTURA URBANA: No Brasil, mais de 70% da população vive em áreas urbanas, mas a produção de alimentos nas cidades ainda é insuficiente.

É essencial que prefeituras de Norte a Sul planejem, fomentem e promovam uma rede de produtores locais para abastecimento das cidades, com ações coordenadas entre os diferentes níveis de governo. Essa política pública é essencial para assegurar a soberania alimentar, promover uma ecologia urbana equilibrada e reduzir os impactos ambientais. Na Europa, no Canadá e na Ásia, prefeituras têm incentivado a agricultura urbana e periurbana para enfrentar a crise climática e melhorar a saúde pública.
A agricultura periurbana vai além de garantir alimentos frescos e locais. Ela impulsiona a economia, fortalece comunidades de baixa renda e reduz desigualdades. Cultivos locais, por dependerem menos de transporte e conservação, diminuem o uso de agrotóxicos e os impactos ambientais na água e no solo. Com alimentos produzidos mais próximos, há redução nos custos de transporte, menores emissões de carbono e maior resiliência contra desabastecimentos, algo que ficou evidente durante a pandemia, quando sistemas alimentares nas cidades mostraram sua fragilidade.
A criação de redes urbanas de agricultores familiares, hortas comunitárias, hortas solidárias, quintais produtivos e feiras públicas pode aproximar a população dos produtores locais, promovendo trocas diretas e resgatando culturas regionais. Segundo a Fiocruz, também contribuem para a saúde, proteção de nascentes e maior convivência social. Como política pública, instituições como creches, escolas, universidades e hospitais públicos devem ser consumidores fixos, garantindo alimentação de qualidade e incentivo aos produtores familiares.
Na região amazônica, Belém, cidade que sediará a COP 30, deu um passo importante ao aprovar, no ano passado, a Política Municipal de Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana. A medida visa garantir segurança alimentar para suas 2,6 milhões de pessoas, metade delas em situação de insegurança alimentar. O Instituto Escolhas aponta que Belém possui 300 hectares produtivos. Segundo Sérgio Leitão, o que falta é incentivo.
FONTE: Agua, sua linda.