SEM CABEÇA PARA O TRABALHO

SEM CABEÇA PARA O TRABALHO

Em abril, a Fast Company publicou um artigo trazendo dados de uma pesquisa de mercado nos Estados Unidos que comprova o quanto essa ansiedade não apenas tem aumentado entre os trabalhadores, como se tornado cada vez mais onerosa para eles e para as empresas.
O relatório foi baseado no feedback de 1.400 trabalhadores, incluindo 500 líderes de recursos humanos, 100 executivos de alto escalão e 800 funcionários em tempo integral, em empresas com 1.000 ou mais funcionários.
O estudo revelou que 92% dos funcionários estão estressados com suas finanças, em comparação com 72% em 2022. Além disso, 76% dos executivos de alto escalão e líderes de recursos humanos também estão sentindo essa pressão. As principais preocupações são inflação (96%), aumento das taxas de juros (90%) e volatilidade do mercado (89%).
O que tem sido observado é que além de impactar o sono, as preocupações financeiras também estão consumindo horas valiosas de produtividade. Os trabalhadores estimam que, a cada semana, perdem pelo menos um dia inteiro de trabalho devido ao estresse financeiro.
No Brasil, um levantamento realizado pela Serasa no final de 2022 revelou que, entre as 5.225 pessoas entrevistadas, 61% vivenciaram ou estão vivendo a sensação de “crise e ansiedade” ao pensar em suas dívidas.
O cenário se torna ainda mais desafiador quando os números indicam uma falta de perspectiva de melhora. Para adicionar mais dados, em abril deste ano, a parcela de famílias brasileiras com dívidas, sejam elas em atraso ou não, alcançou 78,3%, conforme registrado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). A taxa foi a mesma observada em março, mas acima dos 77,7% de abril de 2022.
De geração em geração
A preocupação com as finanças pessoais não se limita à geração millennial, afetando também a geração Z. Aliás, em 2023, o custo de vida está no topo da lista de preocupações de ambas, é o que aponta um estudo anual desenvolvido pela Deloitte.
No entanto, há uma diferença significativa. O estudo revelou que 44% das pessoas entrevistadas da geração Z são mais otimistas em relação à melhora de sua situação financeira pessoal no próximo ano, enquanto esse número cai para 35% entre millennials.
Além do impacto na produtividade, essas preocupações também se refletem na alta rotatividade de empregos, impulsionada pela busca por salários melhores, no aumento da procura por fontes de renda complementares e no adiamento de decisões importantes na vida, como a compra de um imóvel ou o início de uma família.
*millennials (pessoas nascidas de 1980 a 1995) e geração Z (pessoas nascidas de 1996 a 2010)
Fonte: Coolbox